Entraves para o mercado brasileiro do leite são discutidos

 

“A Argentina e o Uruguai são os problemas da cadeia leiteira do Brasil, vários derivados do leite são importados diariamente desses países, o leite em pó em específico representou grande investimento no início de 2012, cerca de 7 milhões de litros de leite são utilizados para a fabricação do leite em pó que o nosso país chega a importar diariamente, levando em consideração que para cada 10 mil toneladas de leite em pó são utilizados 100 milhões de litros de leite”, informa Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, durante reunião com integrantes da Casa Rural de Mato Grosso do Sul nessa segunda-feira (14), pela manhã.



Outro agravante na cadeia leiteira é a queda do consumo. “Desde 2010 o saldo é negativo na balança comercial do mercado de lácteos, e todo o consumo estava crescendo cerca de 4% ao ano, mas em 2012 a queda é visível”, diz Alvim. Em 2011, a Argentina ignorou o acordo firmado com o Brasil que prevê uma exportação equivalente a 3.600 toneladas mensais e exportou uma média 3.769 toneladas de produtos lácteos para o Brasil enquanto que o Uruguai exportou uma média de 2.998 toneladas.

Em 2011, o Brasil chegou a buscar mensalmente uma média de 2.500 toneladas de queijo nos países vizinhos. No mês de março desse ano foram 4.494 litros de leite UHT importados da Argentina. “Essas importações auxiliam negativamente para nossa balança comercial que registra o valor negativo de 189 milhões de dólares durante o primeiro quadrimestre de 2012”, explica Alvim.



“Há cinco anos presenciamos a transformação da matriz econômica de MS que saiu da exclusividade da pecuária de corte e da agricultura de soja e milho para dar espaço ao setor sucroenergético, que hoje conta com 24 usinas no Estado, e ao setor de papel e celulose, que deve alcançar nos próximos quatro anos o equivalente a um milhão de hectares de florestas plantadas”, afirmou Eduardo Riedel, presidente da Famasul. Para o presidente, a pecuária leiteira pode somar a essa diversificação a partir de investimentos na qualidade para ganhar competitividade.



Os números podem ser revertidos, segundo os 40 participantes da reunião da comissão de leite da CNA que entraram em consenso ao afirmarem que a pecuária leiteira é diferente no mundo inteiro, uma vez que é subsidiada em todos os países. A reunião aconteceu durante a programação do 15º Encontro Técnico do Leite, na manhã desta segunda-feira (14). O Encontro iniciou às 14h30 e vai até às 19 horas, continuando no dia 15 de maio, a partir das 8 horas, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande.



Encontro Técnico do Leite - é realizado pela Famasul, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS) e a Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar) e conta com o patrocínio do Sistema OCB/MS, Sebrae/MS, Governo do Estado, Silems, Real H, Suplementar, Fiems/Senai, Tortuga, Heringer, Delaval e Semex, Silozam, Sicredi, Novartis e Rosenbuch. Para mais informações, acesse: www.senarms.org.br.

 

Fonte: MS Notícias